O Povo Cigano: “Um pouco sobre os Clãs e a estrutura familiar dos Ciganos”

Cigana na festa

Olá queridos leitores! No artigo anterior foi feito uma síntese sobre a origem e a trajetória do povo cigano e do porque respeitar este povo de uma cultura milenar. Neste artigo vamos conhecer um pouco sobre os principais clãs, que na verdade são algumas “divisões” de grupos ciganos, segundo suas origens e, vamos conhecer um pouquinho de sua estrutura familiar.

Principais Grupos ou Clãs Ciganos

 Kalon ou Kalé – É o grupo mais popular, mais comum e o mais conhecido no Brasil. É grupo que mantém ativo o nomadismo, cujo “firma” sua morada por tempo determinado ou indeterminado através das tendas, das lonas de barracas de um acampamento. Este grupo veio especialmente na Espanha e Portugal, onde sofreram severas perseguições, pois sendo estes países profundamente católicos e conservadores, não podiam admitir os costumes ciganos, tanto que foram proibidos de falar o seu idioma, usar suas vestes típicas e realizar festas e cerimônias segundo suas tradições. O que os ciganos sofreram na Península Ibérica, lembra de certa maneira o que os negros sofreram em terras do Brasil.

Os ataques da realeza ao grupo Kalon foram tão rigorosos, que ele foi obrigado a criar um dialeto (Kaló), mescla de seu próprio idioma com o português e o espanhol, em particular em Portugal, onde as proibições não foram verbais, mas determinadas por decreto do rei D. João V.

Apesar de todos os sofrimentos o Clã Kalon sobrevive até os dias atuais, sendo um dos grupos que mais fielmente segue as tradições ciganas.

Tem-se que os Kalons originaram-se no antigo Egito. Este grupo foi o primeiro grupo a chegar ao Brasil, em meados do século XVII para trabalhar na fabricação de ferraduras, armamentos e ferramentas de metal. Artesanalmente, faziam alambiques para fazer cachaça, utensílio que se tornou marca do grupo.

Moldávio – De pele mais clara e olhos azuis, este grupo originou-se em terras da Rússia, tendo de enfrentar os rigores do inverno russo em suas precárias carroças. Sob as pesadas roupas e capotes escuros mal reconhecemos sua origem cigana. A denominação Moldávia vem da palavra Moldávia, república da Europa central, que chegou a fazer parte do Império Russo e da antiga URSS.

Kalderash – É um dos grupos conhecidos como “ciganos sedentários”, que permanecem em uma mesma residência, sem aderir ao nomadismo. Os Kalderash recebem esse nome por serem por causa de sua ocupação predominante, caldeireiros, consertam panelas, caldeirões e chegam fabricam tachos de cobre. São originários da Romênia e da antiga Iugoslávia.

Matchuaya – Também surgiu na Romênia e na antiga Iugoslávia. Junto com os Kalderash, os Matchuaya vieram para o Brasil no fim do século XVIII.

Boyashas – São os ciganos circenses (artistas de circo) e acrobatas.

 A Estrutura da Família Cigana

O comando da família é exercido de maneira completa e responsável pelo homem. Ele é o líder e a ele competem a proteção, a segurança e o sustento da família. A mulher e os filhos o respeitam como máxima autoridade e lhe são inteiramente subordinados.

São os homens que resolvem as pendências, acertam o casamento dos filhos, decidem o destino da viagem e se reúnem em conselhos sobre assuntos abrangentes e comuns ao Clã.

As mulheres ciganas não trabalham fora do lar e quando vão às ruas para ler a sorte, esta tarefa é entendida como um cumprimento de tradições e, não como parte do sustento da família, apesar de elas entregarem aos maridos todo o dinheiro conseguido.

Os ciganos formam casais legítimos unidos pelos laços do matrimônio, não fazendo pare de seus costumes viverem amasiados ou aceitarem o concubinato. Vivem juntos geralmente até a morte e raramente ocorrem entre eles separações ou divórcios, que somente acontecem se existir uma razão muitíssimo grave e com decisão do Tribunal reunido para julgar a questão.

Os pares ciganos, marido e mulher, são muito reservados e discretos em público, não trocando nenhum tipo de carinho que possa ser entendido como intimidade, que é vivida somente em absoluta privacidade.

Enquanto o homem representa o esteio e o braço forte da família, a mulher significa o lado terno e de proteção espiritual dos lares ciganos.

Cabe às mulheres cuidarem das tarefas do lar e as meninas ficam sempre ao redor da mãe, auxiliando nos trabalhos da casa, ajudando a cuidar dos irmãos menores e aprendendo as tradições e costumes como a execução da dança, a leitura das cartas e das mãos, a realização dos rituais e cerimônias, os preceitos religiosos.

Se uma criança ou jovem cigano sai dos eixos, tem um comportamento inadequado ou procede mal, geralmente mulher é responsabilizada por tais feitos.

A Honra aos mais velhos como representantes da sabedoria

Talvez em todo o clã cigano, sejam os idosos os merecedores da mais alta estima e respeito. Eles são vistos e tratados como os detentores da sabedoria, da experiência de vida acumulada e seus conselhos são ouvidos pelos jovens e pelos adultos como sendo a voz do conhecimento aprendido na prática da vida do dia-a-dia.

Responsáveis pela transmissão oral dos ensinamentos e tradições, eles são considerados como sábios, o passado vivo e manda a tradição que os mais jovens lhes beijem as mãos em sinal de respeito. Possuem lugar de destaque nas festividades e cerimônias, atuando também como conselheiros e consultores nos tribunais de justiça. Eles são cuidados com e tratados com toda a dignidade pelos demais. Esta forma de tratamento faz com que se mantenham lúcidos até o final de suas vidas.

Fonte de Pesquisa Bibliografica: CIGANOS – OS FILHOS MÁGICOS DA NATUREZA – de Rosaly Mariza Schepis

 

Bruna Antunes Esotérica
Fundadora da Viento Del Arena
(Terapias Holísticas e Consultoria Esotérica)
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