Gordura no fígado: fique atento a sua saúde !

Figado
Dr. Paolo Salvalaggio fala nesse post sobre gordura no fígado. 
Fique atento e acompanhe mais informações sobre esse assunto nos próximos posts.
Leia com atenção! 
Abraços, Susana

 

Esteatose hepática é o desenvolvimento de gordura no fígado.

 

1. Não é normal termos gordura no fígado

O que costumo dizer para nossos clientes é que não nascemos com gordura no fígado. Esta gordura se instala no fígado ou por efeito de alguma doença específica que precisam ser investigadas e diagnosticadas ou, mais comumente, por excesso de peso.

O fígado tem um papel importante no balanço de energia do nosso organismo. Como uma verdadeira usina de energia, o fígado ordena o que fazer com excesso de alimento e normalmente isto será transformado em gordura.

Depois de formada a gordura, cabe ao fígado também determinar para aonde vai esta gordura e, num primeiro momento, grande parte da gordura formada será estocada no próprio fígado. Por definição, quando existe mais de 5% do fígado ocupado por gordura, a esteatose hepática acontece.

 

2. Esteatose hepática é a doença mais comum do fígado e a que mais cresce no mundo

A grande maioria dos portadores de esteatose hepática não tem outras doenças no fígado e a esteatose hepática está intimamente relacionada ao excesso de peso e a obesidade.

Os números relacionados ao excesso de peso e obesidade são crescentes no mundo inteiro nas últimas três décadas e as previsões de crescimento são ainda mais alarmantes. Hoje três quartos da população americana e metade da população brasileira tem sobrepeso. Metade da população americana é obesa.

Este fenômeno ocorre em todo mundo e desta maneira, esteatose hepática é a doença mais comum do fígado. Estima-se que, em todo mundo, dois bilhões de pessoas tenham esteatose hepática.

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3. A gravidade da esteatose hepática é extremamente variável

A gravidade da esteatose hepática pode variar desde uma doença sem sintomas e sem alteração no funcionamento do fígado em uma primeira fase, até o desenvolvimento de hepatite, cirrose e câncer de fígado em fases avançadas.

Isto se dá devido ao efeito prolongado e contínuo da gordura sobre o fígado. O fígado tem a capacidade de se regenerar e, desta maneira, resiste a agressão pelo acúmulo de gordura por muito tempo. No entanto, com o passar do tempo e dependendo de outras condições de saúde, a regeneração não suprime a agressão. Assim, a inflamação (hepatite gordurosa) se instala seguida por cicatrizes (fibrose) no fígado.

Um fígado cheio de cicatriz é um fígado cirrótico. Cirróticos tem uma série de sinais e sintomas que abordaremos em outro post, podem ter risco de vida e apresentam chance de desenvolver câncer de fígado cerca de dez vezes superior ao restante da população.

Não se conhecem em detalhes quem terá doença pior, os fatores que levam algumas pessoas a desenvolverem as formas mais graves e porque outros indivíduos parecem protegidos das formas mais graves de esteatose hepática.

Em resumo, esteatose hepática na grande maioria dos casos não é uma doença grave, mas não pode ser ignorada. Em casos mais avançados pode causar sintomas graves e colocar alguns indivíduos sob risco de vida.

 

4. A maioria dos exames de imagem disponíveis não informam sobre a gravidade da doença

É muito comum vermos na rotina diária, clientes preocupados com piora ou extremamente tranquilos porque houve uma melhora no grau de esteatose hepática do seu exame de ultrassom.

Não existe um consenso estabelecido sobre estas classificações, e não existe uma correlação clara entre melhora e piora nos exames, e direta melhora ou piora da quantidade de gordura no fígado.

Além disto, existe uma grande variabilidade entre a experiência dos médicos que realizam exames e dos tipos de maquinas disponíveis no mercado. Assim, a realização de seguimento de esteatose hepático por exames de ultrassom por médicos diferentes em máquinas diferentes não necessariamente aponta melhora ou piora da gordura no fígado.

Existe uma possibilidade de que exames de ressonância magnética ou o fibroscan possam quantificar a gordura no fígado de uma forma mais precisa. No entanto, isto ainda não é consenso entre os especialistas.

O exame de padrão ouro para quantificar a gordura no fígado é a biópsia hepática, que não deve ser realizada rotineiramente em todos aqueles com esteatose hepática. Um médico experiente pode te orientar se você precisa de biópsia e como realizar o seguimento da gordura no fígado.

 

5. Embora não haja um remédio para o tratamento da esteatose hepática, a gordura no fígado precisa de acompanhamento e de ajuda especializada.

Não existe ainda no mercado um remédio especialmente formulado e cientificamente provado que derreta a gordura no fígado, proteja o fígado da gordura ou evite que a gordura se deposite no fígado. No entanto, esta é uma área de intensa pesquisa médica e provavelmente devemos ter novos compostos surgindo nos próximos anos.

Desta maneira, o pilar central do tratamento da esteatose envolverá controle e redução de peso com o auxilio de uma equipe multidisciplinar de médicos, psicólogos, nutricionistas e educadores físicos.

 

Nos próximos posts conversaremos sobre a importância do diagnóstico correto, como fazer a investigação correta e do tratamento da esteatose hepática.

Dr. Paolo Rogério de Oliveira Salvalaggio
CRM 143673
Mestre e Doutor em Cirurgia pela Universidade Federal do Paraná
Pós-Doutorado em Transplante pela Yale University, Estados Unidos
Fellow em Transplante pela Northwestern University, Estados Unidos
Especialista em Cirurgia pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia
Especialista em Cirurgia Digestiva pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva
Especialista em Videocirurgia pela Associação Médica Brasileira.


Fone: (11) 3437-3228
Site: www.hepatogastro.com.br
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