Sem preparação física adequada e conduzida por profissionais especializados, torna-se impossível jogar golfe de alto rendimento e preservar a saúde do corpo.
A preparação física específica para o golfe nunca esteve tão evidente. E esse é o único caminho, pois sem ela fica impossível jogar golfe com boa performance e sem se machucar. O renomado professor Paul Chek, do centro de preparação física CHEK Institute, na Califórnia, afirma que nada menos de 80% dessa preparação deve ser voltada para a prevenção das lesões. No entanto, o condicionamento físico para o golfe traz algumas importantes diferenciações com relação a maioria dos esportes. No golfe, a demanda cardiovascular não é tão grande, porém o sistema musculoesquelético é extremamente exigido ao ter que suportar a sobrecarga advinda das rotações que acontecem repetidamente no backswing e follow through. Para isso, é preciso preparar o golfista fisicamente, para que ele tenha condições de realizar o swing com o menor estresse possível para as articulações.
Durante o swing, a cabeça do taco move-se a uma velocidade acima de 160 km/h, e os jogadores amadores atingem aproximadamente 90% de pico de atividade muscular. Se o jogador não tiver a mobilidade necessária para permitir a fluidez do movimento e a preparação adequada das cadeias musculares para iniciar adequadamente o downswing e frear o finish, certamente terá uma sobrecarga nas articulações, a qual, mais cedo ou mais tarde, resultará em alguma lesão.
O primeiro passo a ser dado na busca de uma preparação adequada é identificar quais são as limitações físicas que o golfista possui. Essas limitações podem estar em várias partes do corpo. Por exemplo, a falta de estabilidade nos pés irá afetar o equilíbrio durante o swing e a pouca mobilidade na coluna torácica prejudicará a rotação. Para realizar essas identificações, é preciso fazer uma Análise de Performance Funcional, que mostrará essas limitações e o que deve ser trabalhado para que o golfista possa jogar com melhor performance e menor risco de lesões.
Tanto a descoberta desses desequilíbrios como a solução deles não são tarefas fáceis e devem ser feitas por um especialista. Felizmente, o golfe brasileiro está evoluindo nesse sentido e já temos ótimos profissionais especializados na preparação física para o golfe, como Africa Alarcón e Rodrigo Richter, da Golfe & Pilates; Juracy Barros, do Clube de Golfe Santa Rita, em São José dos Campos; Juan Sosa Junior, do Itanhangá Golf Club; Thiago Passos, da equipe Arte da Força; e a academia Flessibilità Pilates, que tem um programa específico para golfistas.
As vantagens de uma preparação adequada são claramente percebidas pelos profissionais brasileiros. Rafael Barcellos, Rafael Becker e Daniel Stapff, por exemplo, ao fazerem a Análise Funcional e começarem um programa de exercícios, perceberam um grande benefício e melhora do gesto esportivo. Outros ótimos amadores, tais como André Tourinho, Tomaz Pimenta e Lauren Grinberg também relataram grande melhora em vários aspectos de seus jogos. Tourinho, por exemplo, relatou os benefícios da seguinte forma: “É im- pressionante como eu me sinto melhor e minhas costas não doem mais. Esse treinamento mudou minha vida!”.
Todos os golfistas, não importando nível de jogo ou grau de aspiração competitiva, só terão a ganhar ao buscar acompanhamento especializado para preparar seus físicos para os desafios e prazeres desse esporte tão peculiar.