Ecologia doméstica
Imagine se você vivesse em um mundo onde tivesse que ser responsável por todo o lixo que você gerou durante a sua vida. Imaginou? É exatamente neste mundo em que vivemos.
O caminhão de lixo passa na rua e como um passe da mágica todo lixo vai embora? Não! Ele simplesmente muda de lugar, sai do alcance dos nossos olhos e acaba sendo depositado em algum outro espaço. E será que neste espaço ele tem o seu destino correto?
O Brasil produz, em média, 90 milhões de toneladas de lixo por ano, cerca de 3% deste lixo é reciclado.
Se existisse um gerenciamento eficiente dos resíduos sólidos, este lixo reciclado viraria emprego e renda, além de reduzir problemas ambientais, pois este lixo acumulado ou incinerado polui o ar, a água e o solo.
Não fazer o descarte correto do lixo significa também colocar dinheiro fora. Essa falta de gerenciamento dos resíduos sólidos representa R$ 8 bilhões anuais de desperdício.
A separação do lixo e o destino certo são fundamentais, mas o mais importante é olharmos para o nosso consumo diário e analisarmos se tudo que compramos, realmente, é necessário.
Quanto mais rica a população, maior é a produção de lixo. O consumismo desenfreado da sociedade moderna é o grande responsável pelo acúmulo indevido de lixo. Cerca de 99% do que é comprado na América do Norte, acaba indo para o lixo em menos de 6 meses. Estamos esgotando os recursos da Terra mais rápido do que o planeta pode renová-lo.
O resíduo orgânico também necessita de um destino correto. Cerca de 1 % é compostado, os outros 98,5% acabam sendo desperdiçados.
Este resíduo pode facilmente se transformar em composto nas nossas casas, em um pequeno espaço, sem mau cheiro ou insetos e bichinho indesejados.
Existem no mercado várias marcas de composteiras domésticas com preços bem acessíveis, mas ela também pode ser feita com um balde grande ou um tonel.
Assim diminuímos o lixo descartado e ainda temos um ótimo adubo para o jardim.
E tu sabes como fazer a separação correta do teu lixo?
Reciclável: resíduos que podem ter uma transformação na indústria – papel, papelão, revistas, jornais, plásticos, garrafas pet, isopor, panfletos, latas, embalagem tetra pak (caixa de leite, suco, etc), potes, garrafas, frascos de vidro, etc.
Orgânico: resíduo de origem animal ou vegetal – cascas de frutas e legumes, restos de alimentos, casca de ovo, folhas, madeira, ossos, sementes, etc.
Quando cada ser for realmente responsável pelo seu próprio lixo, com a consciência de onde ele vem e para onde ele vai; quando conseguirmos adquirir bens de consumo por necessidade real e não apenas por impulso e consumismo, e analisarmos se este bem vem de um comércio justo, sem exploração de outros seres humanos e é feito com responsabilidade ambiental, “o lixo nosso de cada dia” terá outro sentido em nossas vidas, passará de um grande problema ambiental a uma bela fonte de renovação.