Queridos leitores, Quando publiquei esse artigo do Dr. Paolo Salvalaggio, não imaginei que em pouco tempo estaria passando por isso. Vou contar um pouco do que aconteceu para que vocês saibam que as coisas podem ser mais simples quando prestamos atenção a nossa saúde. Em 2008 fiz um ultrassom do abdômen e nele apresentou um pólipo na vesícula. Bem, naquele momento ele era pequeno e não necessitava de intervenção cirúrgica. Quando passamos dos 40, a cada ano temos mais e mais exames de rotina solicitados pelo ginecologista. É fundamental não deixar de fazê-los e nem de procurar o médico, mesmo não tendo nada nos incomodando no momento. Pois bem, em todos os exames o meu pólipo continuava lá. Nesse ano, fiz o ultrassom de abdômen e ele apontou também uma pedra na vesícula, conhecida como Colelitíase. Aquilo que eu havia lido quando publiquei esse artigo, era o que me atingia. Consultei com o Dr. Paolo e ele me disse que teríamos que operar. Pela pedra e pelo pólipo. Eu não havia tido nenhuma crise, não sentia dor nem desconforto. Não tinha sintomas. Independente disso, marcamos a cirurgia. Não foi de emergência, foi uma cirurgia eletiva pois o melhor é sempre prevenir. Vimos no exame em maio e operei no início de junho. Como eu disse, não era emergência mas eu também não quis esperar para ter uma crise. SEMPRE, é melhor operar fora da crise. Eu me operei numa quarta-feira e na quinta de manhã já tive alta. Não tenham receio, a cirurgia foi super tranquila e rápida. O preparo da cirurgia, no centro cirúrgico começou as 14:00 e as 18:00 eu já estava no quarto. O trabalho do Dr. Paolo e da sua equipe foi incrível. O profissionalismo e o acompanhamento foram fundamentais para o sucesso do procedimento. A cirurgia correu muito bem e a decisão foi a mais acertada . O pós operatório é tranquilo. Claro, é preciso um pouco de repouso, não levantar peso ( aliás, cuidado por 45 dias) . Esse período vale para a academia, para abdominais, para puxar peso... Fiz a cirurgia há duas semanas e estou ótima. Não deixe de fazer os seus exames de rotina, procure um médico de confiança e não deixe a crise chegar para começar a se cuidar e tomar uma atitude ! Agradeço ao Dr. Paolo e sua equipe pelo sucesso do procedimento! Susana München
Pedra na Vesícula | Colelitíase
Colelitíase é a denominação que se dá a formação de pedras (cálculos) no interior da vesícula biliar.
Acredita-se que até 15% da população mundial apresentará em algum momento da vida pedra na vesícula. No Brasil, estudo já demonstrou que 9.3% da população adulta possuem colelitíase.
Cálculos na vesícula biliar tem vários fatores de risco que alteram a produção dos sais biliares, da bilirrubina e do metabolismo do colesterol.
O número e os tamanhos dos cálculos são extremamente variáveis. Cerca de 20% apresentam uma única pedra e a metade, menos de cinco cálculos. Existem relatos de pacientes com mais de 100 pedras na vesícula. A maioria dos cálculos é menor que 1cm, mas cálculos maiores que 10cm já foram descritos.
FATORES DE RISCO PARA COLELITÍASE
- Existem indícios de ligação com hereditariedade e maior prevalência em alguns locais no mundo.
- Há um aumento com o passar da idade. Colelitíase atinge cerca de 20% das pessoas na quinta década de vida e 35% após a sétima década.
- Há um aumento do número de casos com a gravidez e em mulheres, havendo uma provável ligação com fatores hormonais (estrógeno) e uso de anticoncepcionais.
- Obesidade e aqueles que emagrecem rapidamente ou submetem-se a cirurgia de obesidade.
- Diabetes.
- Outras doenças e condições médicas como algumas doenças intestinais (doença de Crohn e Celíaca), profirias, portadores de lesão espinhal, mucoviscidose, ressecções intestinais, uso de nutrição parenteral, cirrose, talassemia e anemia hemolítica.
SINTOMAS DE PEDRA NA VESÍCULA BILIAR
A maioria dos pacientes com colelitíase (80-85%) não tem sintomas por vários anos.
Dor no abdome é o sintoma mais comum. Esta costuma ser de aparecimento rápido, de forte intensidade, variando de 30 minutos a poucas horas, podendo irradiar-se para as costas, localizada no lado direito, abaixo das costelas, sendo conhecida como cólica biliar (“crise”). Pode ser acompanhada de náuseas, vômitos e falta de apetite. Em casos mais graves pode haver febre. Este quadro pode piorar, desencadeado por alimentos gordurosos.
A cólica é explicada pela vesícula biliar forçando a eliminação da bile contra a resistência das pedras. Uma destas pedras não consegue sair pelo canal da bile (ducto cístico), provocando dor e, ocasionalmente, inflamação. A dor geralmente surge de 30 a 120 minutos depois das refeições. Dor mais longa pode sugerir uma complicação decorrente da colelitíase.
Caso a obstrução do canal persista por mais de 6-8 horas, pode haver a evolução para uma inflamação aguda da vesícula biliar (colecistite aguda) ou outras complicações. Esta geralmente ocorre com náuseas e vômitos, podendo também ocorrer febre e piora na saúde geral dos pacientes.
A crise pode ser única dentre muitos anos ou ser recorrente até várias vezes por semana.
Crises repetidas de cólica biliar geralmente levam a uma inflamação denominada colecistite crônica calculosa.
Muitos pacientes apresentam sintomas não típicos de cólica biliar, como desconforto abdominal e dor de características diferentes, intolerância a certos alimentos (principalmente gordurosos), náuseas, gazes e alteração da evacuação. Com estes sinais e sintomas, fica difícil de estabelecer uma relação clara entre os mesmos e as pedras da vesícula.
DIAGNÓSTICO DE PEDRA NA VESÍCULA BILIAR
O ultrassom do abdome é o método de escolha para a avaliação de pacientes com suspeita de cálculos biliares, com uma precisão de quase 100%. O exame demonstra pedras no interior da vesícula. Pode haver também um espessamento da parede da vesícula e líquido ao redor (devido à inflamação aguda) da vesícula, bem como distensão (devido à obstrução) da vesícula. Em casos de inflamação aguda pode-se utilizar cintilografia para confirmar o diagnóstico.
No caso da suspeita de que alguma pedra migrou para o canal da bile (ducto biliar), esta pode ser diagnosticada e retirada antes ou após a cirurgia através de um exame por endoscopia conhecido como colangiopancreatografia retrógrada endoscópica.
Tomografia e ressonância não são utilizadas na maioria dos casos de doenças da vesícula biliar. Tomografia computadorizada e colangioressonancia são usadas em casos onde há suspeita de câncer para avaliação do fígado e de outras estruturas ao redor da vesícula biliar. Outros exames de sangue podem demonstrar alteração do fígado, dos canais biliares, do pâncreas e sinais de infecção.
A maioria dos tumores da vesícula biliar são achados no exame microscópico após colecistectomia (cirurgia de remoção da vesícula biliar) e não apresentam sintomas característicos. Quando tumor de vesícula for encontrado está também indicada à remoção dos gânglios linfáticos da região e de parte do fígado (hepatectomia).
TRATAMENTO DE DOENÇAS DA VESÍCULA BILIAR: COLECISTECTOMIA
A única forma de tratar pedras na vesícula com eficácia é a cirurgia. Métodos que quebrem as pedras não funcionam bem na vesícula biliar. Injeção ou ingesta de medicamentos para dissolver as pedras também não tem resultados comprovados.
A cirurgia consiste da remoção da vesícula biliar e é chamada de colecistectomia. A cirurgia para o tratamento das pedras na vesícula é indicada em pacientes que tem sintomas: inflamação aguda (colecistite aguda) ou pelo menos duas crises de cólica biliar. Também é indicada a remoção por cirurgia em casos de complicação da pedra na vesícula como pancreatite, infecções, perfurações e migração da pedra para o canal biliar principal.
Atualmente o método mais utilizado para a cirurgia de remoção da vesícula biliar, ou colecistectomia, é a laparoscopia (chamado de colecistectomia videolaparoscopia). Este método traz todos os benefícios da cirurgia minimamente invasiva. Por este método são realizadas quatro pequenos cortes no abdome do paciente, por onde são introduzidas as pinças e a câmera de vídeo e a vesícula biliar é removida pelo umbigo.
VOCÊ SABIA?
- Não existe relação de dieta com formação de cálculos.
- Alguns estudos sugerem que uso moderado de álcool pode ser protetor no desenvolvimento de cálculos, porém aqueles com cirrose alcoólica tem maior incidência de colelitíase.
- Embora haja relação do metabolismo do colesterol na formação da maior parte das pedras na vesícula, estudos ainda não demonstraram que aqueles com colesterol aumentado no sangue tem maior chance de ter cálculos biliares.
- Não existe medicamento que dissolva as pedras da vesícula biliar.
- A cirurgia consiste em remover a vesícula biliar e não as pedras da vesícula.
RESULTADOS DA COLECISTECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA
Os resultados desta cirurgia são excelentes com índice muito pequeno de complicações. O paciente apresenta-se curado dos sintomas, com altos índices de satisfação e a recuperação é extremamente rápida.