Todo ser vivo tem em seu DNA um padrão de movimento pré-estabelecido de acordo com sua espécie e modo de vida, seja ele um ser bípede, quadrúpede ou até mesmo, se por problemas congênitos, desenvolveu alguma deformidade física. Seja como for, temos um padrão.
Com relação aos seres humanos, desde os primeiros dias de vida, ainda bebês, vamos adquirindo e nos adaptando a esses padrões. É natural, por exemplo, um recém-nascido realizar poucos movimentos, de forma lenta nos primeiros dias e gradativamente ir adquirindo maior capacidade de movimentar-se. O processo é simples e conhecido por todos: levantar a cabeça, rolar, apoiar-se nos braços para ficar em quatro apoios (engatinhar), ficar ajoelhado, meio ajoelhado, sentar, para só então chegar a ficar em pé, onde um mundo de possibilidades se inicia.
Nessa nova descoberta, habilidades como andar, correr, saltar, subir, lançar e rolar, com as famosas cambalhotas em várias direções estão ao seu alcance. Essa fase, conhecida por Período Crítico deve ser respeitada e incentivada por pais e educadores, pois a quebra de uma delas pode causar danos e muitas vezes só serão perceptíveis na fase adulta.
Deste modo, ao iniciarmos um programa de treinamento, professor e aluno devem ter como base não apenas o resultado almejado (emagrecimento, força, maior capacidade de resistência, etc.), mas, principalmente, o entendimento sobre o desenvolvimento do corpo humano, que uma vez esquecido ou deixado de lado, tendem a prejudicar não só a qualidade dos movimentos e exercícios, mas também a reforçar possíveis disfunções advindas do dia-a-dia.
Para recuperar os padrões de movimento, utilizamos em nossa metodologia um exercício chamado Turkish Get Up (TGU), também conhecido com “levantamento turco”. Nele obtemos uma excepcional leitura de como o corpo se move através de seus padrões iniciais, pois representa perfeitamente as fases que passamos ainda bebês, com o objetivo de simplesmente ficar em pé, essa capacidade simples que podemos perder ao longo da vida.
Observamos também a importância dos três planos de movimento do corpo, onde dentro de suas fases nos encontramos desafiados a permanecer equilibrando-se embaixo do Kettlebell, de baixo para cima e de cima para baixo.